O esporte feminino no Brasil ainda tem, comparado aos homens, pouquíssimas praticantes. Isso se deve a uma educação equivocada dos tempos passados e, que ainda persiste em continuar.
Em Esparta, as mulheres eram preparadas para a guerra como os homens, porém as competições das mulheres não recebiam a mesma importância que a dos homens. (Miragaya & DaCosta, 2002) Já em Atenas, acreditava-se que o corpo feminino era somente para a maternidade.
O primeiro registro dos Jogos Olímpicos foi 776 a.C, somente os homens competiam, porém, algumas mulheres tinham a permissão para assistir. Essas mulheres teriam de ser jovens e solteiras a procura de um homem para casar. Mulheres casadas eram proibidas de assistir sob pena de morte. Em 200 a.C. foram registrados os Jogos da Deusa Hera. Esses jogos incluíam mulheres jovens e solteiras e eram feitas de quatro em quatro anos. Porém, elas não tinham o status de heroínas porque não preenchiam os requisitos de heróis olímpicos pelas habilidades, técnicas e forma física. (Miragaya, 2002)
Foi a partir do final do século 19 e século 20 que o esporte feminino começou a mudar. Os Jogos Olímpicos da Era Moderna começou em 1896, em Atenas. O idealizador da volta das Olimpíadas, o Barão Pierre de Coubertin, optou por seguir a tradição e deixar as mulheres de fora, porém tanto enforço não foi o suficiente. Um mulher grega, Stamata Revithi, não teve permissão para competir, mas no dia seguinte da competição, ela fez o trajeto completo de 42km, sendo q a ultima volta aconteceu fora do estádio pois fora proibida de entrar. Revithi ficou conhecida como Melpomene, a musa grega da tragédia, pois olhando para ela, os homens só viram o drama e não o seu efeito (foi mais rápida que alguns dos adversários masculinos).
Equipe colegial de Niterói, década de 40 (Fonte: Procrie)
A inclusão das mulheres nesses jogos foi feita por elas próprias, como resultado do desenvolvimento e da conscientização de um papel ativo que elas começavam a exercer na sociedade industrializada. As mulheres começaram a conquistar novas posições em seus paises, tornando-se mais ativas. Essa luta para querer ocupar um lugar na ordem social, não era diferente no mundo do esporte. Nos jogos de 1906, em Atenas, e em 1908, em Londres, já tiveram a participação de atletas femininas, especialmente as convidadas para demonstrações esportivas de ginástica. (Miragaya & DaCosta, 2006)
Nos Jogos Olímpicos desse ano, em Londres, o esporte feminino alcançou varias marcas, pela primeira vez na história as mulheres participaram de todas as modalidades esportivas, a Arábia Saudita cedeu e mandou duas mulheres, uma no atletismo e outro no judô e os Estados Unidos chegou com uma delegação feminina maior que a masculina. Porém, as mulheres ainda ficam atrás dos homens. Em Londres foram distribuídas 132 medalhas de ouro para as mulheres contra 162 masculinas.
Wojdan Ali Seraj, de véu, se tornou a primeira mulher da Arábia Saudita a disputar uma Olimpíada (Fonte: UOL)
Para tentar mudar isso, representantes de organizações de defesa dos direitos femininos estiveram reunidos em Londres para pressionar o COI (Comitê Olímpico Internacional) para igualar as chances de homens e mulheres. O órgão apresentou uma lista de reivindicações que incluiu igualar o numero de eventos realizados para os dois gêneros, a reserva de 50% dos postos de comandos das entidades esportivas para mulheres e a idéia de neutralidade do esporte, banindo símbolos políticos e religiosos. Annie Surgier, porta-voz da defesa dos direito femininos, disse querer que todas as mulheres tenham acesso ao esporte e possam competir, sem ter discriminações. Sendo uma oportunidade de unir nações e tentar formar um mundo melhor.
Seleção feminina de volei campeã nos Jogos Olimpicos de 2012 em Londres (Fonte: ABN)
REFERÊNCIAS:
Miragaya & DaCosta, 2002, Experiências e Tendências Internacionais em Esporte para Todos
Miragaya, 2002, The female Olympian
Miragaya & DaCosta, 2006, The Process of Inclusion of Women in the Olympic Games
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